quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

PARIS - CAFÉS HISTÓRICOS




CAFÉ DE PARIS

Um dia os filósofos e pensadores estabelecerão a relação entre o existêncialismo frânces da década de 50 e o fevor das ordens beneditinas de 15 séculos de idade. Enquanto isso, o elo mais simpático entre as duas correntes históricas da literatura e da religião está nas mesas dos cafés em torno da abadia de Saint-Germain-des-Près. Em cada uma delas, o testemunho da explosão intelectual do início do século XX, onde desenvolveram versos de Apollinaire, novelas de Camus e Hemingway, esboços de Picasso e as conversas de Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir.



Na esquina principal da região, no encontro do Boulevard Saint-Germain e Rue de Rennes, está o Deux Magots, que se denomina “café literaire”. E com razão. Desde 1873, quando abriu ali, transferido de algumas quadras adiante, recebia nomes como Verlaine, Rimbaud e Mallarmé. Sua vocação para ponto de encontro de escritores levou o café a estabelecer um prêmio literário em 1933, iniciando uma tradição que perdura até hoje. Na varanda ou no salão, algumas tradições do serviço também se mantém, como o preparo de algumas especialidades na frente do cliente. É o caso do “chocolat à l’ancienne”, preparado à antiga, na frente do cliente, com o garçom a dissolver a pastilha de chocolate no leite quente.



No quarteirão seguinte, já na esquina de Saint-Germain com Rue Bonaparte, o Café de Flore estabeleceu-se como o principal rival do Deux Magots desde a sua inauguração em 1913. Em seu ambiente, que conserva o mais original estilo ärt deco”, degusta-ase um simples café ou um sofisticado “confit”de pato tal como no tempo em que se sentava ao lado de escritores como Ernest Hemingway, Albert Camus e André Gide e assistia-se ao inquieto romance entre Simone de Beauvoir e Jean-Paul Sartre. O caso  entre os dois escritores e as discussões que comandavam em torno do existencialismo estão retratados no filme “Les Amants de Flore”, lançado em 2006.



Em frente ao Café de Flore, do outro lado do Boulevard Saint-Germain, está a Brasserie Lipp.  Menos café, mais restaurante o mesmo charme dos vizinhos e a mesma clientela histórica, de Proust a Chagall e outro casal histórico: Simone Signoret e Yves Montand. A cozinha guarda a influência alsaciana de seu primeiro proprietário, com especialidades da época da inauguração, em 1880, como o “choucrote garni”e os “pieds de proc”(pés de porco recheados). No ato da reserva, insista em ficar próximo à janela, onde é possível esbarrar com clientes como Harrison Ford ou Sharon Stone.

Mas o que tudo isso tem a ver com as ordens beneditinas do século VI? Simples: nessa época, o bispo de uma Paris recém-liberta dos romanos mandou erguer uma abadia nos prados a sudoeste de Ile de La Citê, onde a pequena cidade ainda se concentrava. Destruída e reconstruída como a igreja, a abadia beneditina foi consagrada ao bispo que a ergeu. Canonizado, o sacerdote é conhecido desde esta época somo São Germano dos Prados. Ou, como preferimos, Saint-Germain-des-Près.

Mais informações, entre em contato - info@viajaremultiplicaravida.com.br

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ALCOBAÇA - INES DE CASTRO

ALCOBAÇA - INES DE CASTRO

ALCOBAÇA - PORTUGAL

Olhando de um ponto alto e a distância conveniente, o Mosteiro de Alcobaça é uma ilha. Uma ilha de pedra de rcorte geométrico e severo, no meio da cidade. Essa idéia de colosso é das imagens mais fortes que transmite. Essa, é a história dos amantes Pedro e Inês. Um documento, a Carta da Fundação da Abadia, guia com rigor até ao momento em que tudo começou: 8 de Abril de 1153. Afonso Hneriques, que lutava em todas as frentes para ser reconhecido rei, doou a Bernardo, o poderoso abade de Claraval, o território para instalação da nova abadia, sabendo muito bem o bom passo que estava a dar. A sensação de ilha-fortaleza não aparece no interior. Reforça-se. A fama consagrada atrai muitos visitantes. Porém, a grandeza do templo dissolvia-os pelo espaço. Passado o pórtico, monumental, convidativo a grandes recepções, vejo-me andando por um desfiladeiro de colunas – a nave central. Um guia, rico em pormenores, explica que tem 106 metros de comprimento por 17,22 de largura e 19,80 de altura. Esta imensidão corresponde às dimensões da igreja; apenas da igreja, “a mais pura e majestosa que os monges cistercienses ergueram em toda Europa”. O despojamento da pedra talhada e a grandeza esmagam e inspiram solenidade. Logo que termina o desfiladeiro, entra-se no transepto… e lá estão eles: Inês de Castro e Pedro. A visão dos túmulos constrange e arrebata. Ele foi um rei impulsivo, fogoso, vingativo, que disse na hora da morte que “ou não havia de ter nascido ou nunca havia de morrer”. Ela foi a cortesã, a sedutora e vítima de amores desaprovados. Uma história com um fim cruel. Uma tragédia imortalizada em pedra naquela que é uma obra-prima da escultura medieval. As pessoas demoram-se, olham respeitosas, querem saber mais sobre amores desaprovados, admiram a filigrana de pedra. Recordam os amores trágicos de Pedro e Inês. Mais informações, entre em contato - info@viajaremultiplicaravida.com.br

UM FIM DE SEMANA EM DUBLIN

A pouco mais de uma hora de vôo de Londres, a capital irlandesa – terra de James Joyce e Oscar Wilde – é charmosa, cosmopolita e boêmia. Quem viaja para conhecer Londres, pode aproveitar um final de semana e esticar até Dublin, capital da República da Irlanda. A cidade de Oscar Wilde, James Joyce, Bernard Shaw, Bram Stoker, Samuel Beckett, Collin Farrel, da banda U2 e da cerveja Guiness, entre outros, encarna pela mistura de estilos na arquitetura dos prédios, pela simpatia dos moradores e pela diversidade cultural. Com quase 2.000 anos de história e uma população jovem. Dublin se destaca como destino de quem gosta de arte, história, música e cerveja, muita cerveja. Voce pode embarcar no aeroporto de Gatwick em vôo da british ou da Ryanair ou ainda no aeroporto de Heatrow com a Aer Lingus. Pouco menos de uma hora e meia depois, aterrisará no aeroporto de Dublin. No coração da cidade, seu primeiro destino pode ser o castelo de Dublin. Erguido no século 13 para ser o centro do império britânico, foi recebendo novas cosntruções no passar dos séculos. A visita deve incluir os jardins e a biblioteca Chester Beatty, na parte de trás do castelo. Em uma das entradas, há uma estátua das justiça, que criou controvérsia entre os moradores por estar de costas para a cidade. Depois do castelo, uma opção legal é conhecer as duas principais igrejas da cidade: as catedrais Christ Church e de St. Patrick, o padroeiro da Irlanda. Ambas construídas no século 12, são imponentes e fazem parte da história de Dublin. Na grandiosa St. Patrick, entre monumentos interessantes, está a sepultura de Jonathan Swift, o célebre autor de “As Viagens de Gulliver”, que viveu na cidade por muitos anos. Ao sair da Christ Church Catedral, seguindo pela Winetavern Street, voce vai encontrar os antigos muros da cidade com o portão St. Audoen. Visitá-los é como voltar no tempo, algo como o ano de 1280, quando as cidades eram muradas com portões para se proteger e ir além deles era colocar a vida em perigo. Se depois dessa andança a fome bater, voce pode relaxar e comer muito bem em um dos restaurantes próximos à Parnell Street, onde é possível encontrar diversas especialidades e boa qualidade. Próxima aos restaurantes está uma das melhores áreas para fazer compras ao ar livre na região da O’Connell Street. Na mesma rua fica o General Post Office. O prédio, construído em 1815, tem papel importante para o país. Em 1016, foi palco de um dos momentos mais marcantes da história da irlanda, o “Levante da Páscoa”contra os ingleses. Do outro lado do rio Se o tempo não estiver bom, atravesse o Rio Liffey, que corta a cidade, e conheça o aconchegante shopping Stephen’s Green ou o shopping Powercourt, na região da Grafton Street, a rua mais chique de Dublin, onde estão as lojas de grife e onde se ve ainda a estátua de Molly Malone, uma fictícia vendedora ambulante de frutos do mar de dia e prostituta à noite, tema de uma canção muito popular na Irlanda. A estáutua foi erguida em 1987 para comemorar o primeiro milênio da capital. Também do outro lado do rio, antes da Garfton Street, está o Trinitty College, universidade local, fundada em 1952 pela rainha Elizabeth I e com uma biblioteca estupenda, com cerca de 3 milhões de volumes e obras raras, como o “Book of Kells” , manuscrito do ano de 806 feito por monges. É possível ainda ver bíblias de 1300 e acompanhar um vídeo de como era escritos os livros da época. Em frente à Trinity College, fotografe o atual prédio do Banco da Irlanda, construído em 1729 para ser a sede do Parlamento. Também coloque no seu roteiro conhecer o Museu Nacional da Irlanda, que exibe coleções que mostram a história do país desde a ocupação por vikings. A região foi tomada pelos guerreiros nórdicos no ano de 842, mas os celtas (os primeiros irlandeses) os expulsaram num contra-ataque. Eles voltaram 17 anos depois com Olaf, o Branco, que tomou um pedaço da região, onde fundou o povoado de Dyflinn (mais tarde Dublin). No início do século 10, celtas e vikings conviviam conviviam numa área que hoje é ocupada toda por Dublin. Com a tomada da cidade pelos ingleses em 1171, os vikings foram para o sul do Rio Liffey. Com isso, a Irlanda passou a capital do English Lordship of Ireland (ou sub-reinado inglês da Irlanda). O padroeiro irlandês São Patrício (St. Patrick), o famoso santo patrono do país, na realidade, não é de origem irlandesa. Ele foi raptado da casa de sua família na Inglaterra por salteadores irlandeses e levado para a Irlanda para trabalhar como pastor. Quando conseguiu fugir e voltar para a Inglaterra, teve uma visão divina: deveria regressar à Irlanda como missionário. São Patrício foi o responsavel pela introdução do cristianismo na Irlanda, convertendo os reis celtas. Com isso, fundou as bases do forte catolicismo no país, motivo de desavença com os ingleses, que se tornaram anglicanos sob o reinado de Henrique VIII e sua filha Elizabeth I. A Irlanda passou a ser vista como um inimigo dentro do próprio Reino Unido, em um momento da história em que os reis católicos da Espanha e França eram adversários dos ingleses. Fortemente reprimidos, os católicos irlandeses não podiam fazer seus cultos religiosos, fazer parte do exército e até frequentar escolas. Essa situação foi criando, ao longo do tempo, um sentimento de revolta e já na metade do século 19, até os ingleses já concordaram em dar autonomia à Irlanda. Mas a minoria protestante no norte da ilha resistiu o quanto pode em aceitar a independencia irlandesa. Essa foi a razão do surgimento do IRA (Irish Republican Army ou Exército Republicano Irlandê), que passou a usar de ações extremistas para apressar a separação da Irlanda do Reino Unido. A independencia veio 1949, com a criação da República da Irlanda. Mas a porção norte da ilha continuou na mão dos ingleses, batizada de Irlanda do Norte, cuja capital é Belfast. É nesta região que o IRA atuou durante décadas com ações terroristas – hoje, o grupo já não causa temor, pois em 1998 o primeiro ministro Tony Blair fez um acordo com Sinn Fein, braço político do IRA, que deu mais autonomia à Irlanda do Norte. Da fome ao progresso A Republica da Irlanda vive um excelente momento econômico. É uma das maiores exportadoras de software do mundo e chegou a ser chamada de Tigre Celta, referência ao progresso sócio-economico. Mas a última metade do século 19 foi um periodo negro para a história irlandesa, foi a época da “Grande fome”causada por uma praga que atacou a colheita de batatas, principal base alimentar do país, por quatro anos (1845-49) Cerca de um milhão de irlandeses morreram de fome e muito mais foram dizimados por doenças como tifo. Por volta de dois milhões de pessoas emigraram para paises como os Estados Unidos, Canadá e Autrália e o próprio Reino Unido. Atualmente a irlanda recebe milhares de imigrantes – entre os quais, muitos brasileiros – em razão do crescimento repentino da sua economia. O país entrou noséculo 21 com ótimas perspectivas, pois mais da metade da população tem menos de 30 anos. Apesar da juventude, a tradição é algo que os irlandeses amam. E o país é repleto delas: desde comer colcannon (uma mistura de couve e purê de batata) no Halloween, a vestir qualquer coisa verde no dia de São Patrício. A música tradicional irlandesa pode ser ouvida em vários pontos de Dublin. O bodhran, espécie de pandeiro, é um dos instrumentos mais importantes do estilo musical,juntamente com a rabeca e o assobio. Já a dança irlandesa é competitiva e levada extremamente a sério, com campeonatos regionais e nacionais. Tudo em nome da tradição. De pub em pub Ainda da linha tradicional do país, um pub não é apenas um local pra beber. Ë também o centro de cultura e da vida social irlandesa. Em Dublin,, há pouco mais de mil deles. Para lá vão os irlandeses quando querem filosofar sobre o significado da vida, ponderar a política global, ouvir poesia, acompanhar a batida de um instrumento de percurssão, saborear uma dose de mexilhões ou simplesmente beber uma Guiness. O Temple Bar é o bairro que provavelmente concentra o maior número de pubs por metro quadrado do mundo. A vida noturna da cidade acontece nessas ruas. Os pubs oferecem opções para gostos distintos, música ao vivo, Djs e música irlandesa, claro. Quem gosta de bebida menos amarga, com jeito de refrigerantes, pode experimentar as cervejas com cidra, tradicionais na Irlanda. Uma boa notícia é que desde março de 2004 é proibido fumar em pubs e restaurantes. Para encerrar bem o fim de semana, é hora de decidir se prefere cerveja ou uísque. Se a opção for pelo destilado, vá conhecer a Old Jameosen. Lá é possivel acompanhar o processo de fabricação do irish Whiskey, versão do uísque escocês com uma terceira destilação e provar o produto final. Escolhendo a cerveja, o passeio é pela fábrica da Guiness, uma cosntrução de 1904, onde é possível acompanhar a história da cerveja, que se confunde com a história recente de Dublin – e descobrir coisas interessantes, como a origem do famoso livro dos recordes que leva o mesmo nome. Além de acompanhar quase todo o processo de fabricação da cerveja (são cerca de 450 milhões de litros por ano), é possível jantar no restaurante da cervejaria ou somente experimentar o pão feito com a cerveja. Para encerrar a visita, a degustação da cerveja é feita no bar mais alto de Dublin, com uma vista panorâmica da cidade. Um belo jeito de se despedir de uma cidade que certamente voce não esquecerá. Mais informações, entre em contato - info@viajaremultiplicaravida.com.br

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