segunda-feira, 11 de abril de 2011

UMA CASA SOB O SOL DA TOSCANA


UMA CASA SOB O SOL DA TOSCANA

A simplicidade é libertadora. Quando decidi passar um mês na região italiana da Toscana, eu tinha essas palavras da escritora americana Frances Mayes na cabeça. Antes de embarcar, acabei relendo o belo Sob o Sol da Toscana e soube também que a autora estava com um novo livro na praça, Every DAy in Tuscany, em que continua a narrar suas descobertas nesse pedaço tão especial da Itália. Em Sob o Sol da Toscana, Francês compra uma propriedade abandonada, chamada Bramasole, nas cercanias de Cortona, uma cidade que já existia na Antiguidade. Eu, sem grana, não tinha a menor condição de fazer isso. O que queria mesmo era viver o dolce far niente de uma das mais lindas regiões do mundo. Saborear, sem ir à falência, o melhor da culinária local, inebriar-me com os aromas dos mercados, os sons das ruas, a visão extática dos enormes campos dourados de feno, dos girassóis ad infinitum ao redor das estradas. E, claro, deixar-me estar em contemplação silenciosa das obras de arte espalhadas em todo canto – Florença, a capital da Toscana, é também a capital do Renascimento, afinal. Como Frances Mayes, eu queria viver entre essa gente capaz de fabricar o próprio azeite e que passa horas à mesa na companhia de amigos saboreando um delicioso e aromático vinho Brunello de Montalcino. Para usar as palavras da escritora, “a Itália me chamava”. E eu, que ansiava por essa simplicidade libertadora, não via a hora de colocar meus pés no país. Uma vez lá, a memória e muitas passagens de Sob o Sol da Toscana me acompanharam durante 32 dias.


    A escada sobe três andares com um gradil artesanal de ferro forjado, cujas curvas simétricas conferem um pouco de ritmo à subida. Meu orçamento era curto, e meu desejo de viver cada segundo dos 32 dias que teria na Toscana, intenso. Minha Cortona era a bela Florença; minha Bramasole, um predinho do século 16, o Brunelleschi – sim, o mesmo nome do artista renascentista -, onde aluguei um apartamento de um quarto, bem ajeitadinho, que descobri num site. O melhor: ficava a poucos passos do Duomo. Bella posizione e belo preço também: paguei cerca de EUR 30 por dia. E era para lá, antigo estúdio de pintores há séculos, que eu voltava feliz da vida no fim de cada giorno.
    A Toscana atrai escritores e outros artistas desde muito antes de Frances Mayes. Tchaikovsky, Goethe e Stendhal, para citar apenas três, tiveram passagens cruciais por Florença. O caso de Stendhal é curioso. Em 1817, o escritor francês entrou na Basílica di Santa Croce, sentiu-se tonto, teve palpitações e quase desmaiou. A partir dali, quem quer que se expusesse a uma overdose de obras de arte e apresentasse os mesmos sintomas seria diagnosticado com a “Síndrome de Stendhal”. Mas minha autora de cabeceira, ou melhor, de mochila, seguia sendo Frances. Não só minha. Em vários momentos topei com gente com os livros dela em praças, estações de trem, restaurantes.
    È possível que os brasileiros venham à Toscana no embalo de algo bem mais popular, a novela Passione, de Silvio de Abreu. “A Toscana tem paisagens magníficas e é ainda uma tentação gastronômica”, disse o autor; que ainda indicou um restaurante em Siena. Eu não encontrei nenhum global na Toscana – e na verdade nem pretendia. Queria era viver o dia a dia dos florentinos e conhecer (ou rever) outras gemas próximas, como Siena e San Gimignano. Como fazia uma viagem barata, andei de trem e ônibus, transportes muito confortáveis na Itália e que significaram uma bela economia.
    Estar plenamente acordada quando o céu fica de um coral riscado de rosa forte, echarpes de névoa flutuam pelo vale e os canários silvestres cantam. Nos lugares que amamos, viajar sem pressa é tudo o que se quer. Eu não tinha de limpar; consertar ou investir na minha Bramasole, mas também me sentia completamente em casa no Brunelleschi. Despertava todos os dias com o canto dos pássaros no terraço do vizinho (ritual que se repetia também nos fins de tarde) e durante o dia acompanhava o dobras dos sinos do Duomo de hora em hora. Adorava acordar e sair a desbravar aquelas ruelas medievais, sentir o perfume das ervas e dos queijos misturados aos das flores nos mercados, contemplar cada escultura espalhada pela Piazza della Signoria ou escondida numa piazza menos famosa, deleitar-me com as obras de arte da Santa Croce ou com a tela O Nascimento de Vênus, de Sandro Botticelli, aquela em que a deusa do amor aparece sobre a concha, na Galleria degli Uffizi.
    A vida diária é um prazer. Buongiorno, dizia, ainda que com seu jeito carrancudo, o vendedor da banca de jornal em frente ao meu apartamento. Era apenas uma única palavra, pronunciada daquele jeito duro dos italianos, mas contribuía para a sensação de lar, de viver naquele lugar. Da porta, o destino seguinte podia ser o Mercato San Lorenzo, com suas barraquinhas de bolsas ou os estandes de queijo pecorino; a Galleria dell’Accademia para admirar o Davi mais uma vez; ou atravessar a Ponte Vecchio em busca de um gelato no outro lado do Rio Arno para então subir a ladeira até chegar à escadaria da Chiesa di San Miniato al Monte para ver a cidade ainda mais do alto. Confesso que às vezes abandonava Florença, mas era uma traição ligeira. Pegava um trem para as cidades que ficavam a no máximo duas horas dali, como Pisa, Lucca, Assis, Arezzo, Viareggio, Siena ou San Gimignano. Ao fim do dia, contudo, acabava sempre por voltar ao Brunelleschi.
    As casas em tons ocre e pastel ainda formam uma curva ao longo do rio como se fossem uma aquarela de si mesmas. A Toscana viveu sua época de ouro entre os séculos 13 e 14, com o apogeu dos Médici. A família de banqueiros, políticos e religiosos dominou a vida política, social e cultural. Quatro Médici foram papas: Pio IV, Clemente VI, Leão X e Leão XI. Lorenzo de Médici, que também era poeta, foi o grande mecenas das humanidades do Renascimento e foi ali que se desenrolou um dos mais criativos períodos de toda a nossa história – de descobertas sobre o homem, o mundo e a natureza por meio das obras de gênios como Da Vinci, Giotto, Boticelli, Michelangelo e Brunelleschi. E cada uma de suas cidades guarda reminiscências desse período, numa identidade própria e incontestável. A natureza também foi pródiga com a Toscana. As tão peculiares colinas em sucessão são lindas de se ver da janela do trem ou do ônibus. Delas partem estradas sinuosas em caminhos que parecem sempre desembocar em algum vinhedo. Vez ou outra surge um vilarejo, verdadeiras aldeias de pedra, permeadas sempre de flores. E aquela Cortona, a verdadeira Cortona de Frances Mayes, lembra? São 80 quilômetros que a separam de Florença ou, traduzindo o percurso, basta uma hora de trem até Arezzo e então meia hora de ônibus até lá. A cidade continua igualzinha às descrições do livro: pequena, com a pracinha central regendo a vida diária. A vila, de pouco mais de 20 mil habitantes e cheia de ladeiras, palácios e igrejas medievais, é uma jóia do tempo dos etruscos, povo que antecedeu os romanos. Vale também conhecer Arezzo, essa terra de antigos cavaleiros medievais, igrejas góticas, anfiteatros romanos e fortalezas. Como fica em plena montanha voltada para o Rio Arno, por suas ruelas sinuosas passam vespas e caminhonetes com a mesma desenvoltura – algumas desembocam na Piazza Grande, em restauração já há algum tempo. Arezzo ganhou fama depois que o ator e diretor italiano Roberto Benigni filmou ali grande parte de seu premiado A Vida É Bela. Num outro dia, resolvi misturar três cidades na mesma viagem: Pisa, Lucca e Viareggio. As conexões de trem são ótimas, com horários perfeitos, o que permite visitar as três em sequência. Eu tinha visto Pisa em 2002, às 5 e méis da tarde de um inverno, quando já era noite escura; vê-la às primeiras horas da manhã teve um gosto diferente. A torre ainda está inclinada, os turistas tiram fotos inclinados para um lado ou para outro diante dela. Cheguei à Piazza dei Miracoli quando a cidade despertava e aproveitei para entrar de novo na catedral e no batistério, onde o ingresso custa EUR 4 – preferi economizar os EUR 15 da subida na torre, que eu já conhecia. Dali saí a perambular pela beira do rio, xeretar o Mercato Centrale e fui embora quando os primeiros grupos de turistas começavam a chegar. Menos de uma hora depois eu já pisava em Lucca e as boas-vindas foram ainda com o dia ensolarado. A bela Piazza San Michele, lotada de restaurantes de qualidade duvidosa e lojinhas de suvenires inflacionadas, já foi palco de um antigo coliseu (o Único vestígio é mesmo o formato). Para fechar o dia, fui a Viareggio, na bela região da Versília, a meia hora de Lucca. O lugar anda ganhando ares de Riviera nos últimos anos, com endinheirados atracando seus iates por ali. É a cidade onde Giacomo Puccini viveu 30 anos e por isso não é de estranhar que a música do autor dos óperas Tosca e La Bohème esteja presente em todo o lugar, não só na casa-museu Puccini como na Ópera Municipal a céu aberto. Pela bela Promenade, à beira-mar, muitos jovens caminham no fim de tarde. Como disse a local Eloísa Taverni, que aproveitou para fazer publicidade gratuita de sua cidade enquanto nós duas curtíamos o pôr do sol: ”Para mim, não há no mundo paraíso como este”.

Um comentário:

Ivani disse...

Poxa...Adorei esse post...Meu maior sonho há anos é conhecer a Itália...Em princípio ,bem lá distante, era pq sou católica e creio ser o sonho de todos os católicos ir à Itália pra conhecer o Vaticano, etc., mas hoje, principalamente depois de ter assistido ao filme "Sob o Sol de Toscana" e visto alguns videos mostrando esse pedacinho de chão...Fiquei com a firme idéia e propósito de algum dia , antes de morrer, conhecer a itália sim, mas em especial , Toscana...Não sou mais uma jovenzinha, mas tenho a juventude dentro do coração e como dis nesse texto, falando com minhas palavras: "há um apelo que nos chama para Toscana"....Grata por esse espaço

ALCOBAÇA - INES DE CASTRO

ALCOBAÇA - INES DE CASTRO

ALCOBAÇA - PORTUGAL

Olhando de um ponto alto e a distância conveniente, o Mosteiro de Alcobaça é uma ilha. Uma ilha de pedra de rcorte geométrico e severo, no meio da cidade. Essa idéia de colosso é das imagens mais fortes que transmite. Essa, é a história dos amantes Pedro e Inês. Um documento, a Carta da Fundação da Abadia, guia com rigor até ao momento em que tudo começou: 8 de Abril de 1153. Afonso Hneriques, que lutava em todas as frentes para ser reconhecido rei, doou a Bernardo, o poderoso abade de Claraval, o território para instalação da nova abadia, sabendo muito bem o bom passo que estava a dar. A sensação de ilha-fortaleza não aparece no interior. Reforça-se. A fama consagrada atrai muitos visitantes. Porém, a grandeza do templo dissolvia-os pelo espaço. Passado o pórtico, monumental, convidativo a grandes recepções, vejo-me andando por um desfiladeiro de colunas – a nave central. Um guia, rico em pormenores, explica que tem 106 metros de comprimento por 17,22 de largura e 19,80 de altura. Esta imensidão corresponde às dimensões da igreja; apenas da igreja, “a mais pura e majestosa que os monges cistercienses ergueram em toda Europa”. O despojamento da pedra talhada e a grandeza esmagam e inspiram solenidade. Logo que termina o desfiladeiro, entra-se no transepto… e lá estão eles: Inês de Castro e Pedro. A visão dos túmulos constrange e arrebata. Ele foi um rei impulsivo, fogoso, vingativo, que disse na hora da morte que “ou não havia de ter nascido ou nunca havia de morrer”. Ela foi a cortesã, a sedutora e vítima de amores desaprovados. Uma história com um fim cruel. Uma tragédia imortalizada em pedra naquela que é uma obra-prima da escultura medieval. As pessoas demoram-se, olham respeitosas, querem saber mais sobre amores desaprovados, admiram a filigrana de pedra. Recordam os amores trágicos de Pedro e Inês. Mais informações, entre em contato - info@viajaremultiplicaravida.com.br

UM FIM DE SEMANA EM DUBLIN

A pouco mais de uma hora de vôo de Londres, a capital irlandesa – terra de James Joyce e Oscar Wilde – é charmosa, cosmopolita e boêmia. Quem viaja para conhecer Londres, pode aproveitar um final de semana e esticar até Dublin, capital da República da Irlanda. A cidade de Oscar Wilde, James Joyce, Bernard Shaw, Bram Stoker, Samuel Beckett, Collin Farrel, da banda U2 e da cerveja Guiness, entre outros, encarna pela mistura de estilos na arquitetura dos prédios, pela simpatia dos moradores e pela diversidade cultural. Com quase 2.000 anos de história e uma população jovem. Dublin se destaca como destino de quem gosta de arte, história, música e cerveja, muita cerveja. Voce pode embarcar no aeroporto de Gatwick em vôo da british ou da Ryanair ou ainda no aeroporto de Heatrow com a Aer Lingus. Pouco menos de uma hora e meia depois, aterrisará no aeroporto de Dublin. No coração da cidade, seu primeiro destino pode ser o castelo de Dublin. Erguido no século 13 para ser o centro do império britânico, foi recebendo novas cosntruções no passar dos séculos. A visita deve incluir os jardins e a biblioteca Chester Beatty, na parte de trás do castelo. Em uma das entradas, há uma estátua das justiça, que criou controvérsia entre os moradores por estar de costas para a cidade. Depois do castelo, uma opção legal é conhecer as duas principais igrejas da cidade: as catedrais Christ Church e de St. Patrick, o padroeiro da Irlanda. Ambas construídas no século 12, são imponentes e fazem parte da história de Dublin. Na grandiosa St. Patrick, entre monumentos interessantes, está a sepultura de Jonathan Swift, o célebre autor de “As Viagens de Gulliver”, que viveu na cidade por muitos anos. Ao sair da Christ Church Catedral, seguindo pela Winetavern Street, voce vai encontrar os antigos muros da cidade com o portão St. Audoen. Visitá-los é como voltar no tempo, algo como o ano de 1280, quando as cidades eram muradas com portões para se proteger e ir além deles era colocar a vida em perigo. Se depois dessa andança a fome bater, voce pode relaxar e comer muito bem em um dos restaurantes próximos à Parnell Street, onde é possível encontrar diversas especialidades e boa qualidade. Próxima aos restaurantes está uma das melhores áreas para fazer compras ao ar livre na região da O’Connell Street. Na mesma rua fica o General Post Office. O prédio, construído em 1815, tem papel importante para o país. Em 1016, foi palco de um dos momentos mais marcantes da história da irlanda, o “Levante da Páscoa”contra os ingleses. Do outro lado do rio Se o tempo não estiver bom, atravesse o Rio Liffey, que corta a cidade, e conheça o aconchegante shopping Stephen’s Green ou o shopping Powercourt, na região da Grafton Street, a rua mais chique de Dublin, onde estão as lojas de grife e onde se ve ainda a estátua de Molly Malone, uma fictícia vendedora ambulante de frutos do mar de dia e prostituta à noite, tema de uma canção muito popular na Irlanda. A estáutua foi erguida em 1987 para comemorar o primeiro milênio da capital. Também do outro lado do rio, antes da Garfton Street, está o Trinitty College, universidade local, fundada em 1952 pela rainha Elizabeth I e com uma biblioteca estupenda, com cerca de 3 milhões de volumes e obras raras, como o “Book of Kells” , manuscrito do ano de 806 feito por monges. É possível ainda ver bíblias de 1300 e acompanhar um vídeo de como era escritos os livros da época. Em frente à Trinity College, fotografe o atual prédio do Banco da Irlanda, construído em 1729 para ser a sede do Parlamento. Também coloque no seu roteiro conhecer o Museu Nacional da Irlanda, que exibe coleções que mostram a história do país desde a ocupação por vikings. A região foi tomada pelos guerreiros nórdicos no ano de 842, mas os celtas (os primeiros irlandeses) os expulsaram num contra-ataque. Eles voltaram 17 anos depois com Olaf, o Branco, que tomou um pedaço da região, onde fundou o povoado de Dyflinn (mais tarde Dublin). No início do século 10, celtas e vikings conviviam conviviam numa área que hoje é ocupada toda por Dublin. Com a tomada da cidade pelos ingleses em 1171, os vikings foram para o sul do Rio Liffey. Com isso, a Irlanda passou a capital do English Lordship of Ireland (ou sub-reinado inglês da Irlanda). O padroeiro irlandês São Patrício (St. Patrick), o famoso santo patrono do país, na realidade, não é de origem irlandesa. Ele foi raptado da casa de sua família na Inglaterra por salteadores irlandeses e levado para a Irlanda para trabalhar como pastor. Quando conseguiu fugir e voltar para a Inglaterra, teve uma visão divina: deveria regressar à Irlanda como missionário. São Patrício foi o responsavel pela introdução do cristianismo na Irlanda, convertendo os reis celtas. Com isso, fundou as bases do forte catolicismo no país, motivo de desavença com os ingleses, que se tornaram anglicanos sob o reinado de Henrique VIII e sua filha Elizabeth I. A Irlanda passou a ser vista como um inimigo dentro do próprio Reino Unido, em um momento da história em que os reis católicos da Espanha e França eram adversários dos ingleses. Fortemente reprimidos, os católicos irlandeses não podiam fazer seus cultos religiosos, fazer parte do exército e até frequentar escolas. Essa situação foi criando, ao longo do tempo, um sentimento de revolta e já na metade do século 19, até os ingleses já concordaram em dar autonomia à Irlanda. Mas a minoria protestante no norte da ilha resistiu o quanto pode em aceitar a independencia irlandesa. Essa foi a razão do surgimento do IRA (Irish Republican Army ou Exército Republicano Irlandê), que passou a usar de ações extremistas para apressar a separação da Irlanda do Reino Unido. A independencia veio 1949, com a criação da República da Irlanda. Mas a porção norte da ilha continuou na mão dos ingleses, batizada de Irlanda do Norte, cuja capital é Belfast. É nesta região que o IRA atuou durante décadas com ações terroristas – hoje, o grupo já não causa temor, pois em 1998 o primeiro ministro Tony Blair fez um acordo com Sinn Fein, braço político do IRA, que deu mais autonomia à Irlanda do Norte. Da fome ao progresso A Republica da Irlanda vive um excelente momento econômico. É uma das maiores exportadoras de software do mundo e chegou a ser chamada de Tigre Celta, referência ao progresso sócio-economico. Mas a última metade do século 19 foi um periodo negro para a história irlandesa, foi a época da “Grande fome”causada por uma praga que atacou a colheita de batatas, principal base alimentar do país, por quatro anos (1845-49) Cerca de um milhão de irlandeses morreram de fome e muito mais foram dizimados por doenças como tifo. Por volta de dois milhões de pessoas emigraram para paises como os Estados Unidos, Canadá e Autrália e o próprio Reino Unido. Atualmente a irlanda recebe milhares de imigrantes – entre os quais, muitos brasileiros – em razão do crescimento repentino da sua economia. O país entrou noséculo 21 com ótimas perspectivas, pois mais da metade da população tem menos de 30 anos. Apesar da juventude, a tradição é algo que os irlandeses amam. E o país é repleto delas: desde comer colcannon (uma mistura de couve e purê de batata) no Halloween, a vestir qualquer coisa verde no dia de São Patrício. A música tradicional irlandesa pode ser ouvida em vários pontos de Dublin. O bodhran, espécie de pandeiro, é um dos instrumentos mais importantes do estilo musical,juntamente com a rabeca e o assobio. Já a dança irlandesa é competitiva e levada extremamente a sério, com campeonatos regionais e nacionais. Tudo em nome da tradição. De pub em pub Ainda da linha tradicional do país, um pub não é apenas um local pra beber. Ë também o centro de cultura e da vida social irlandesa. Em Dublin,, há pouco mais de mil deles. Para lá vão os irlandeses quando querem filosofar sobre o significado da vida, ponderar a política global, ouvir poesia, acompanhar a batida de um instrumento de percurssão, saborear uma dose de mexilhões ou simplesmente beber uma Guiness. O Temple Bar é o bairro que provavelmente concentra o maior número de pubs por metro quadrado do mundo. A vida noturna da cidade acontece nessas ruas. Os pubs oferecem opções para gostos distintos, música ao vivo, Djs e música irlandesa, claro. Quem gosta de bebida menos amarga, com jeito de refrigerantes, pode experimentar as cervejas com cidra, tradicionais na Irlanda. Uma boa notícia é que desde março de 2004 é proibido fumar em pubs e restaurantes. Para encerrar bem o fim de semana, é hora de decidir se prefere cerveja ou uísque. Se a opção for pelo destilado, vá conhecer a Old Jameosen. Lá é possivel acompanhar o processo de fabricação do irish Whiskey, versão do uísque escocês com uma terceira destilação e provar o produto final. Escolhendo a cerveja, o passeio é pela fábrica da Guiness, uma cosntrução de 1904, onde é possível acompanhar a história da cerveja, que se confunde com a história recente de Dublin – e descobrir coisas interessantes, como a origem do famoso livro dos recordes que leva o mesmo nome. Além de acompanhar quase todo o processo de fabricação da cerveja (são cerca de 450 milhões de litros por ano), é possível jantar no restaurante da cervejaria ou somente experimentar o pão feito com a cerveja. Para encerrar a visita, a degustação da cerveja é feita no bar mais alto de Dublin, com uma vista panorâmica da cidade. Um belo jeito de se despedir de uma cidade que certamente voce não esquecerá. Mais informações, entre em contato - info@viajaremultiplicaravida.com.br

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